Se o controle do comportamento infantil já era difícil nos tempos da TV, a situação ficou ainda mais complicada com a popularização da internet.
Crianças e adolescentes participam ativamente de redes sociais, usam programas de conversação on-line e acessam inúmeros sites.
Estudos recentes revelaram que há referências ao uso de álcool e drogas em 40% dos perfis dos jovens nos endereços de relacionamento. Renata Waksman, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, e membro do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), faz um alerta: é preciso conhecer a vida de crianças e adolescentes na web.
Confira a seguir a entrevista que ela concedeu a VEJA.com sobre o assunto.
As crianças já estão inseridas na era digital. Isso traz preocupações?
O perfil da nossa sociedade mudou. O pai e a mãe trabalham o dia inteiro. Muitos não têm disposição e tempo para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos - que contam com livre acesso à TV, filmes, jogos e internet. Os pais não sabem em que sites eles entram, de que comunidades participam, o que fazem lá ou mesmo se marcam encontros pela rede.
Como se aproximar dessa realidade?
O primeiro passo é tirar o computador de dentro do quarto. A máquina deve ser colocada na área comum, onde as pessoas transitem. Depois, é preciso questionar que tipo de atividades as crianças realizam quando estão na web. Também é necessário limitar o tempo de navegação.
O que a senhora acha do comportamento dos pais que proíbem o uso de computador?
Proibir o uso ou bloquear ao acesso é totalmente fora da realidade atual. Eles vão arrumar alguma forma de acessar, seja na casa do amigo ou em uma lan house. O ideal mesmo é supervisionar. Às vezes, as crianças são completamente negligenciadas e têm acesso a conteúdos que ainda não estão preparadas para assimilar.
O que pode acontecer, se não houver controle?
A rede abre possibilidade para o cyberbullying, por exemplo. Os filhos podem ser os agressores, e os pais não fazem ideia. Ou as crianças podem ser alvo de ameaças de grupos que querem intimidar. O fato é que, se o acesso não for muito bem acompanhado e vigiado, a situação pode sair completamente do controle e afetar a vida real do jovem.
http://veja.abril.com.br
Recomeço…
Há 4 anos
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